Eu não sei quando foi que eu perdi aquele encanto por gente.
Peguei-me lembrando dos tempos de poesia pelas ruas daquela cidade, na mão de um hippie que realmente partiu.
Essa nostalgia me tira a fome e impede meu raso futuro.
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Tinha também aquela vontade de nunca mais receber correspondências de pessoas medíocres.
De nunca mais deitar nua no seu tabuleiro, pra depois ser mais uma peça que você descarta.
Uma vontade de ver sua casa em chamas na primeira página de um jornal e ainda limpar minha bunda com ele.
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Pregou alguns tecidos na camiseta pra esconder a marca dos tiros.
“Dia desses a vida me levará estrada afora e a minha nudez não será crime”.
Mais um inverno comendo ratos, colhendo vísceras e te vendo morrer.
O destino nos deixou largados sem inferno e sem deus, porque eu não preciso de deus, quando vejo você que diz amar a deus eu desconfio do propósito do que seja amar.
Vermes não amam, mas encostam na mão de deus.
Seu deus e você me doem no estômago, não me desce sequer o almoço, transformam um domingo de sol em bestialidade.