terça-feira, 30 de março de 2010

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"Um homem jamais pode entender o tipo de solidão que uma mulher experimenta. Um homem se deita sobre o útero da mulher apenas para se fortalecer, ele se nutre desta fusão, se ergue e vai ao mundo, a seu trabalho, a sua batalha, sua arte. Ele não é solitário. Ele é ocupado. A memória de nadar no líquido aminótico lhe dá energia, completude. A mulher pode ser ocupada também, mas ela se sente vazia. Sensualidade para ela não é apenas uma onda de prazer em que ela se banhou, uma carga elétrica de prazer no contato com outra. Quando o homem se deita sobre o útero dela, ela é preenchida, cada ato de amor, ter o homem dentro dela, um ato de nascer e renascer, carregar uma criança e carregar um homem. Toda vez que o homem deita em seu útero se renova no desejo de agir, de ser. Mas para uma mulher, o climax não é o nascimento, mas o momento em que o homem descansa dentro dela."
(Anaïs Nin)

domingo, 28 de março de 2010

faz calor, depois faz frio...

Bem de longe sou aquela que conheceu e moldou.
Falhas nunca serão reconhecidas, tampouco reparadas.

A merda do mundo está na repetição que é o ser humano. Todo polido, hipócrita, insaciável e cretino.

Está nas soluções grotescas... No mal que só as pessoas que nos amam podem causar...

Outrora a vida era mais bonita, nas ruas a lua dizia “boa noite” aos que mereciam.

(Cada sonho perdido em que surges, e sangras e me despes a face e as vestes... Tudo aleivosia e quimera...).

Eu poderia estar em qualquer cama, em qualquer abraço, mas eu prefiro estar é com a cabeça no lugar e não me enganar mais.

Nada que valha nesse mundo pro meu passeio... E agora?


sábado, 27 de março de 2010

melhor ser homem...


...ou não ter sexo.

A negação de ser uma figura feminina é uma interpretação livre que me dissolve da culpa, das dores e da liberdade que todos resolveram mutilar de nós.

Não sou infeliz com o sexo que tenho, mas, poderia ter mais músculos. A voz pode ser feminina, é mais suave.

Não sei bem o que quero.

Tenho de ter força para não desesperar-me nesse mundo de aquário, ser leal á uma situação que não está me levando á nada, somente cansaço.

Ser um cara e usar um terno seco, talvez uma gravata enxuta bem fininha, indispensável para se construir um personagem e iniciar o show, mas, isso não pode ser show quando envolve vítimas sôfregas de falta de ter o que fazer.




quarta-feira, 24 de março de 2010

haja o que houver...


E de todo passado fica um soluço de choro de criança,
de todas as nossas noites: uma saudade do diabo,
mas eu danço em outra pista,
qualquer canção que tocar...

Saudade se dissipa é com vodca,
dia bom é pra cantar e soltar as melenas,
passam-se anos e eu não me redimo com o tempo!

sexta-feira, 19 de março de 2010

devir.

Raimundo não conseguia dormir pensando nas contas e na broxada que deu com aquela gostosa do mercadinho.
Ela com certeza vai contar pro bairro todo o seu desastre sexual.
Isso que dá sair com ninfomaníacas entediadas... As mulheres são cruéis quando não gozam...
Estava fodido e aquela garrafa de vodca está vazia. Sua mãe acabara com ela engolindo seu valium 10mg.
A decadência e o desemprego começaram a ditar as regras do jogo de sua vida, que mais parecia um cassino de última categoria.
Bom, lamentar-se nunca resolveu nada.
Viu o dia nascer e pensara até em prostituição, mas como se ele era broxa?
Com Denise ele se realizava, ela adorava quando a fodia pelo cu, gritando seu nome em desatino... Agora já não se viam e a melancolia começava a incomodar...
O amor é uma puta traiçoeira que se finge de morta!
Confundira tudo e não queria mais reclamar...
A mãe estava dormindo na sala e nunca soube como se comunicar com tal ser exótico e trágico.
Os dias de fato não o deixavam sentir-se confortável, nem mesmo conseguia adormecer... Tem medo da própria sombra e de tudo que lembre a realidade das coisas mundanas.
Não sabia pra onde estava indo sua vida e por tal razão tentava prolongar a euforia (único abrigo que encontrou dentro de si e desse esperma de mundo).
Mais uma folha no calendário amarelo do ano passado... É de novo onze de março e ele não queria que amanhecesse vivo o dia, mas amanheceu.

lamento II

Nunca mais ela chorou nos braços dele, nunca mais tomou calmantes...
Se julga calma e livre pra viver o que vier... E tudo que vem é pouco pra ela, tem hábitos frios e passa a maior parte do tempo sozinha com seus escritos e seu silêncio.
Nunca mais ela chorou por ele, embora não haja um dia sequer que seu corpo não reclame sua condição e confesse que é sim, por ele, que chora até amanhecer...
E no fim de tudo ela pôde notar que o amor que sentiu era ainda maior do que imaginou e que ele vai sempre dever-lhe algo.
Como uma promessa nunca cumprida; como uma vida inteira sem assumir suas falhas, como ser pulha o bastante para dizer que ela nunca o amou.
Em verdade, ela nunca acreditou que atingiriam o “nunca mais” e mesmo com toda essa distância, com o peso dos vinte e um dias, ainda é difícil de crer que se separaram.
Difícil porque um grande amor mesmo depois de morto é um espírito insistente; um fantasma daqueles que enganam, confundem-se com a vida, ou com o que ficou dela.
Ele nunca vai acreditar que ela sente sua falta (mas ela sente). Ela nunca vai deixar essa falta ser o estopim da sua passionalidade.
E não é que ele mesmo no fim nunca assumiu que não deu o valor que ela merecia.
Ela o amou mais que a si mesma, o amou mais do que à perfeição. Houve um tempo em que ele a levaria a qualquer lugar, faria dela o que quisesse...
Ele tentou matar esse amor!
Usou contra ela o que só confessara a ele... E finge agora que ela nem existiu.

lamento.


Eu ia apagar a luz e deitar... Deixar meu corpo no escuro e entregar a mente pra esse redemoinho sem rumo: desvairado no ar.
Porém, uma balada do Aerosmith me obrigou a escrever, quase chorosa a canção dá o tom desse relato: - com pouca mágoa e muita nostalgia que concluo que sempre fui sua vaidade e que fui vítima da sua violenta neurose sem qualquer amor-.

vanity fair



Em tempo de guerra,domesticam-se os cavalos para que na pradaria reinem.

Essa virtude costumaz da fragilidade é o espelho da vaidade.

O homem gosta de ostentar o que possui e o que vem a ser. Não consegue defrontar-se com o seu paradigma.

Somos todos mal acostumados, invejosos e com certa presunção que enlouquece.

A pele é a roupa mais envergonhada, onde ficam os restos, os apetrechos. As entranhas estão escondidas, para que ninguém as veja como são dóceis e comportadas.

Todos gostam do adocicado, mas, almejam o ácido e o convulsivo para mostrarem pompa e circunstância.

Pecado capital por excelência, escravizando seres em condições que beiram o patético.

No tablado ou no júri, na voz ou no olhar, vaidade para que um dia se lembrem dos pequenos mortais tão cheio de sonhos e vulnerabilidade.


segunda-feira, 15 de março de 2010

toda mulher deveria ser Duras


A vida seria mais fácil se toda mulher possuísse um amante.

Ser domada por um cavalheiro á beira da morte.

Descobrir a própria beleza e transformar o meio que vive.

Nesta força esmagadora do ser, liberta-se da crisálida, um ideal de espírito.

sexta-feira, 12 de março de 2010

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Gata, nem sempre que etá por perto lhe ama.
Você é a parte mais surreal minha, é como nadja, uma alma errante que me acolheu
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quinta-feira, 11 de março de 2010

sopro de vida


Gata, a vida tem tantas navalhas, tantos caminhos que cortam nossas veias e que as alimentam de forma tão complexa!

Escolhi trilhar ao seu lado como confidente, garota que descobre a vida e desata os nós da loucura.

Toda conversa entre nós é experiência retalhada, todos os vínculos são domesticados e pegam fogo.

A minha casa tem paredes que cobrem o mundo.


parabéns!

quarta-feira, 10 de março de 2010

mulher objeto


De nenhum lado eu consigo me achar, me desarrumar, acordar para o que estou fazendo pra mim.

São estórias longas de solidão, de que foram inseridas.

domingo, 7 de março de 2010

egocêntricas e narcisistas também amam...



“Eu te amo tanto, mas, não vou ficar repetindo isso. Eu sei que vou te procurar em outras pessoas, mas, eu também sei que quando eu chegar em casa vou lembrar que você sempre esteve em mim...”
(Mariana Antonov)

terça-feira, 2 de março de 2010


Ouço você chorar do outro lado da linha, não sei porque, é só um corpo que não é nem meu, nem seu, de ninguém.
Nessa vida quando acaba o amor acaba o sentido de tudo, os corpos são apenas companhias, a culpa é de quem?
Eu rasgo sua paz com minhas ligações, não me sinto no direito de ser trágica ou de te pedir qualquer coisa, e agradeço por me tratar mal...
Sem amor não sou mais que um demônio estrangeiro, correndo pelas ruas, cantando em copos; risadas em desvario e eu queria um lugar pra deitar e adormecer...
Devolvo um pouquinho do mal que me fez, e é sem querer, não quero seu mal e você sabe.

(Uma merda atrás da outra e uma infinidade de cenários pra desmaiar).


Agora basta...