sexta-feira, 19 de março de 2010

devir.

Raimundo não conseguia dormir pensando nas contas e na broxada que deu com aquela gostosa do mercadinho.
Ela com certeza vai contar pro bairro todo o seu desastre sexual.
Isso que dá sair com ninfomaníacas entediadas... As mulheres são cruéis quando não gozam...
Estava fodido e aquela garrafa de vodca está vazia. Sua mãe acabara com ela engolindo seu valium 10mg.
A decadência e o desemprego começaram a ditar as regras do jogo de sua vida, que mais parecia um cassino de última categoria.
Bom, lamentar-se nunca resolveu nada.
Viu o dia nascer e pensara até em prostituição, mas como se ele era broxa?
Com Denise ele se realizava, ela adorava quando a fodia pelo cu, gritando seu nome em desatino... Agora já não se viam e a melancolia começava a incomodar...
O amor é uma puta traiçoeira que se finge de morta!
Confundira tudo e não queria mais reclamar...
A mãe estava dormindo na sala e nunca soube como se comunicar com tal ser exótico e trágico.
Os dias de fato não o deixavam sentir-se confortável, nem mesmo conseguia adormecer... Tem medo da própria sombra e de tudo que lembre a realidade das coisas mundanas.
Não sabia pra onde estava indo sua vida e por tal razão tentava prolongar a euforia (único abrigo que encontrou dentro de si e desse esperma de mundo).
Mais uma folha no calendário amarelo do ano passado... É de novo onze de março e ele não queria que amanhecesse vivo o dia, mas amanheceu.

Um comentário:

  1. Amanhecer e ser reconduzido a inata condição humana, dormindo somos anjos.

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