Nunca mais ela chorou nos braços dele, nunca mais tomou calmantes...
Se julga calma e livre pra viver o que vier... E tudo que vem é pouco pra ela, tem hábitos frios e passa a maior parte do tempo sozinha com seus escritos e seu silêncio.
Nunca mais ela chorou por ele, embora não haja um dia sequer que seu corpo não reclame sua condição e confesse que é sim, por ele, que chora até amanhecer...
E no fim de tudo ela pôde notar que o amor que sentiu era ainda maior do que imaginou e que ele vai sempre dever-lhe algo.
Como uma promessa nunca cumprida; como uma vida inteira sem assumir suas falhas, como ser pulha o bastante para dizer que ela nunca o amou.
Em verdade, ela nunca acreditou que atingiriam o “nunca mais” e mesmo com toda essa distância, com o peso dos vinte e um dias, ainda é difícil de crer que se separaram.
Difícil porque um grande amor mesmo depois de morto é um espírito insistente; um fantasma daqueles que enganam, confundem-se com a vida, ou com o que ficou dela.
Ele nunca vai acreditar que ela sente sua falta (mas ela sente). Ela nunca vai deixar essa falta ser o estopim da sua passionalidade.
E não é que ele mesmo no fim nunca assumiu que não deu o valor que ela merecia.
Ela o amou mais que a si mesma, o amou mais do que à perfeição. Houve um tempo em que ele a levaria a qualquer lugar, faria dela o que quisesse...
Ele tentou matar esse amor!
Usou contra ela o que só confessara a ele... E finge agora que ela nem existiu.
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