quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Adeus também foi feito pra se dizer hehehehe


Caros, não sofremos mais, este blog se encerra. Continuo escrevendo no . Agradeço por vocês terem nos aguentado esse tempo todo. Beijos de todas as cores. Foi bom enquanto durou... Até mais.

sábado, 23 de abril de 2011

no palco é sempre vermelho


A intolerância ainda permanece na coxia.
Subversivos cantam o hino da resistência do outro lado da rua.
A companhia não deve voltar, tem que rasgar a cortina e despir a platéia.
Uma tourada, um transe que se aprende quando jovem onde lutar pela liberdade é mais que um pensamento, se torna um ensaio.
Toca o sinal. A luz começa a nascer por de cima da cabeça dos atores.
O mantra, a reza, o rito.
Hoje estamos com o Tigre de Papel, dificílima de adaptação.
Mais um sinal e o silêncio fala com todos.
Surge o palhaço perguntando: - Hoje alguém quer sorrir? Não estou disposto a ver vocês sorrirem! Quero muito sofrimento,ok?
A platéia gargalha insanamente.
O palhaço volta, com um retrato na mão. É a foto de Sarkozy. A platéia engole seco.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Do me A Favour

- pUTZ, justo agora que eu precisava entregar isso, acaba a luz!
- Vai correndo lá entregar.

Quarta parede - A Casa de Chá Bangladesh


Suen estava encostada na parede, levemente agachada e suas pernas pareciam travas.
O cliente havia entrado em sua bela espelunca, deixado o perfume e a esperava sentado na poltrona da sala.
Da coluna da entrada, dava para ver o perfil na penumbra e seus olhos não piscavam. Suen ainda segurava a carteira.
- É aqui que você mora?
- O que você quer?
- Quero chá!
- Eu não sirvo chás em minha casa! Saia
daqui!
- Quem é você? Quem é você?!
- Você não entenderia.
- Uma atriz? Circo?Teatro?Cinema? Não, eu nunca ouvi falar de você!
Suen senta-se. O cliente deixa de gritar. Anda pela sala e pára na janela.
- O que eu lhe fiz?
- Me despertou algo incontrolável! Me fez abandonar meus hábitos, de lecionar e das ideologias que eu tinha. Não foi pouca coisa. Me feriu.
- E isso lhe dá o direito de invadir minha casa? Veio constatar se sou de verdade ou senão passo de um alucinógeno erótico? Te fiz sair do eixo? De largar aquelas tolices?
- Queimei livro por livro!
- Isso foi uma decisão sua, não sou culpada. Apenas sirvo chás.


segunda-feira, 11 de abril de 2011

videoDrama

Foto: Korda


Consuelo e Carmen, duas irmãs muito amigas.
A primeira já havia se casado e Carmen estava noiva de um rapaz bem sucedido, vinte anos mais velho.
- Carmen, tenho algo realmente sério para lhe contar!
- Diga Consuelo, nunca me escondestes nada! é sobre Rodrigo?
- Não (sorri), não tem nada a ver com meu marido. Sou eu.
- Diga.
- Se eu lhe pedir algo, poderás cumprir?
- Sem rodeios.
- Preciso me afastar. Não me pergunte por que, nem por onde ou por quem, por favor!
- Como assim? Vai-te embora?
- Vou-me.
- E teu filho?
-Ele não me pertence.
- Sim, mas, é uma criança e necessita de teus cuidados.
- Ele é um ser humano invejável.
- Estás louca?
- Não se assuste. Logo mandarei notícias. Diga a todos que tenho que viajar a negócios.
- Pra onde?
- Não posso te contar ainda.

parte II

quinta-feira, 24 de março de 2011

Quizas - A Casa de Chá Bangladesh

Tori e Gyn seguem para a casa com os repolhos. Também a metade de uma melancia.
- Gyn, você é um turista ou um peregrino?
- O que quer que eu responda?
- Turista ou peregrino.
- Acho que peregrino!
- Eu também sou uma peregrina no amor. Estou casada há tanto tempo e só viajei poucas vezes de forma densa. Só me entreguei a verdadeiros sentimentos.
- Você teve outros sentimentos antes de mim?
- Não e você?
- Já, mas quando me casei isso foi embora.
- Há um bom tempo não estou contente com meu papel.
- 5 não é um bom marido?
- Sempre.
- 3 também é uma excelente esposa.
- Estamos falando de nossos casamentos novamente. Deveria ser um assunto proibido.
- Não sofremos com isso.

O amante inconsciente - A Casa de Chá Bangladesh


As festas na casa de família são muito parecidas. As tradições e as condutas sociais que controlam nosso lado devorador.
O banquete servido sem nenhuma restrição, onde todos comem, bebem e falam ao mesmo tempo excluindo aqueles que preferem ficar deitado na rede lendo um livro ou mesmo pensando na vida.
Tori e Gyn: amantes inconscientes.
Há sempre um ensaio de envolvimento entre ambos,entretanto, o obstáculo sagrado é a família.
Os olhares, o toque na mão sem querer ou mesmo a fuga do abraço. O cigarro compartilhado, a conversa sobre gostos musi
cais e literários.
A fronteira. O lapso e a fome da paixão.
Num prato de sopa, mergulham despidos da vergonha e da ética. Se tocam, se percebem.
- Faz tempo que não nos vemos.
- No último almoço você estava doente Tori.
- Eu não queria vir. Arranjei uma desculpa.
- Sentimos sua falta no jogo de cartas.
- Não vou jogar mais cartas.Cansei de você só tocar em mim por debaixo da mesa!
- Não podemos! Seria uma loucura. Um escândalo desnecessário!
- Você não terá escândalos Gyn, não enlouquecerei por causa de uma atração!
- Vamos!
- Para onde?
- Vamos dar a desculpa de comprar algo e conversamos no caminho.
Param num armazém.
- Levarei uns repolhos para mais sopa.
Ambos riem.
- Quem vai acreditar que só saímos para comprar repolhos?Má idéia, má idéia!
Gyn entrega um papel a Tori. As mãos se tocam novamente.