O cliente havia entrado em sua bela espelunca, deixado o perfume e a esperava sentado na poltrona da sala.
Da coluna da entrada, dava para ver o perfil na penumbra e seus olhos não piscavam. Suen ainda segurava a carteira.
- É aqui que você mora?
- O que você quer?
- Quero chá!
- Eu não sirvo chás em minha casa! Saia
daqui!
- Quem é você? Quem é você?!
- Você não entenderia.
- Uma atriz? Circo?Teatro?Cinema? Não, eu nunca ouvi falar de você!
Suen senta-se. O cliente deixa de gritar. Anda pela sala e pára na janela.
- O que eu lhe fiz?
- Me despertou algo incontrolável! Me fez abandonar meus hábitos, de lecionar e das ideologias que eu tinha. Não foi pouca coisa. Me feriu.
- E isso lhe dá o direito de invadir minha casa? Veio constatar se sou de verdade ou senão passo de um alucinógeno erótico? Te fiz sair do eixo? De largar aquelas tolices?
- Queimei livro por livro!
- Isso foi uma decisão sua, não sou culpada. Apenas sirvo chás.
Um chá de orvalho para a febre, por favor!
ResponderExcluirAbraços!
não sabia que tinha chá de orvalho!rs
ResponderExcluirabraços
Todos somos culpados!!! Ninguem é inocente! Meu chá é frio, como o mundo?
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