terça-feira, 15 de junho de 2010

ao vivo é muito pior.

Hoje amanheci como um poema morto.Sem sono como um velho sem pernas tentando entrar em casa.
Desgraças e alguns elogios soam falsos como quem diz que viu fantasma.
Seria essa mesmo a sorte das meninas sem pai?
Estariam jogadas ao bel prazer dos homens sujos?
Minha mãe tem um laudo de morte que aponta meu nome como causa. Eu nunca soube bem como usar o amor que me adoece por ela.
Eu tenho medo de não enlouquecer, de não poder clamar por inocência com a loucura a meu favor...
Eu tenho mais medo ainda de viver muito, da certeza da morte jovem e ainda bela me abandonar!

Quanto ao possuído, não quero saber qual imagem ficou de mim no final do desvario, na curva tresloucada do seu ódio.
Se eu não o tivesse amado, o teria matado, último episódio com morte, clareando minha honra, me salvando com sangue derramado, pra ressurgir meus ânimos, pra reescrever minha história.
Mas eu não mato nem baratas.
Se eu fosse mesmo um demônio o possuiria mais que sua estupidez e cólera estúpida.
Mas eu sou o barbante condutor de luz arrancado por dentes atrozes.

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