a) manhã
Ninguém ainda. As rosas me saúdam
e eu saúdo o silêncio
das rosas.
b) ausência
Aqui ninguém
e nuvens.
c) ave
Asas suspensas em
instanteluz.
d) lua
Integralidade.
Fixidez.
e) Narciso
A flor a água a face
a flor a água
a flor.
f) primavera
Da não-espera
acontecem as
flores.
g) lago
Tensão
fria
da água: paz - em - ser.
h) espera
As janelas abertas.
A porta apenas encostada...
i) vaso
mas incomunicante.
j) fim
A ausência das rosas. O caminho
Já sem ninguém, para o silêncio.
Publicado no livro Helianto (1973).
In: FONTELA, Orides. Trevo, 1969/1988. Il. Mira Schendel. São Paulo: Duas Cidades, 1988. (Claro enigma
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Orides em sua melhor forma. Todas as coisas são, ao avesso, adocicadas por sua apreciação ácida.
ResponderExcluirAbraços!
um dia essa ave cairá no profundo,
ResponderExcluirmergulhará de um penhasco e encontrará no fundo um espelho que lhe reflita.
... vaso incomunicante... ô sensação de solidão mais desgraçada...
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