quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

na rua Bom Pastor


Poucas coisas são boas ao recordar na infância, predominantemente os lugares e as músicas.
Quando criança tudo é novidade, é belo e figurativo. A imaginação é simbolista, a verdade é irreal.
Esse é o estigma de cada ser. Suas experiências são marcadas em um ponto do cérebro que quando adulto, acaba adormecendo. Somente desperta quando o coração aperta.
As eleições são tão singulares e excêntricas que nos perguntamos se estamos no lugar certo e se permite a filosofia, duvidar dessa conspiração armada chamada universo.
Ainda bem que eu tive uma tia que gostava de filmes, vai ver foi isso que me motivou a fazer cinema. Tive uma avó que ouvia músicas. Com certeza foi isso que me fez ter um monte de cd´s e vinis.
Tive também um avô que veio do mato e que tinha ligação com o além. Uma avó que quase foi freira e que gostava de tocar piano. Essa eu nunca tive contato, só por foto.
Não esqueci de outro avô, que ficava pouco tempo comigo. Trabalhava á noite num lugar secreto.
Debaixo da rua Bom Pastor. Durante a madrugada ele criava catedrais.
Eu não entendia muito bem. Achava bonito apenas.
De repente ele se foi também. Não nos despedimos. Penso nele. Penso nos outros que também foram e eu não consegui dar um "até mais".
Ficou a rua Bom Pastor como cenário de um dos meus momentos mais doce.


Um comentário:

  1. A simplicidade é bela e a beleza é rara!!! Como o humilde não se confunde com o modesto, a simplicidade não é simplória e assim é a infância e as crianças. Grande é a poesia, a bondade e as danças... Mas o melhor do mundo são as crianças;
    Flores, música, o luar, e o sol, que peca
    Só quando, em vez de criar, seca.

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