quarta-feira, 2 de junho de 2010


Si bemol

O ensaio da loucura em vias privadas

Foi dedicado para todos os que possuem espírito livre, amantes do fogo.

Podem ou devem denominar-me de enlouquecida quando não restam fugas senão a minha própria sobriedade que, esconde um provável desequilíbrio.
Um exercício que me traz agonia e por que não desespero, quando vem os pensamentos, todos misturados dançam uma valsa de horrores.
Acordar é perceber o longo dia, coisas a serem feitas, horas intermináveis de angústia.
Ainda me falam sobre um paraíso, que resvala em nossas mãos de vez em quando, não nas minhas!
Tilda adormece na cadeira. Esperou-me parar com essas escritas. Gosta de ouvir minhas estórias. Muito silenciosa, me preocupo quando não ouço os outros.
Seja ela o motivo da minha maneira como seguir, vivo por ela então, com uma devoção louca que pratico quando quero ser boa.
Uma criança de dez anos nada sabe sobre o mundo, os papéis que representamos nossa hipocrisia adulta que se intitula soberania.
Nossos compromissos com o sério e absurdo.
Ficaria horas batendo as teclas dessa máquina velha que ainda me é fiel, que escuta o que o coração pede e transforma em palavras. Só consigo ser justa com ela, ninguém mais, nem com meu próprio inconsciente.
É como um desabafo para não temer a loucura. Sim, tenho medo de virar um trapo louco, arrastando-me pelas vias sem que ninguém estenda sua generosidade.
Somente Tilda pode me dar essa força que vos falo que alimenta o espírito com a franqueza de uma garotinha aparentemente frágil e mui bela.
Nosso desafio é manter a chama acesa do fogo.


Parte I

Um comentário:

  1. eu também tenho medo de virar um trapo louco, arrastando-me pelas vias, mas não preciso nem quero a generosidade de ninguém...

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