quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

um céu


Os pequenos amores são sempre insatisfeitos.Não conseguem explodir como as estrelas, são raios fotográficos que atraem a morte com dignidade.
Morrem á beira mar, me lembrando a guerra da Espanha, quase poética e tão fatal.
Ah, os amores que respiram os seus lábios desencantados, tocam minha nuca e não nos vemos mais nessa semana.
As várias diferenças que nos transformam em amantes compassivos, sublimes e animais, não é a idade e nem a ideologia. Temos os mesmos dilemas e dormimos num vazio aconchegante.
Você continua me contando a mesma estória para adormecer, eu esqueço de dormir e acordamos dentro de uma multidão feroz, que nos ataca com seus passos.
Tudo é pela metade na minha vida, até você veio pelo meio, cortado num flash da máquina.
Celebrei nosso encontro àquela noite e depois nunca mais, nunca mais.
Eu estava no centro da cidade, preparada para me atirar de qualquer lugar alto ou subir na banqueta e laçar meu pescoço.
Eu estava disposta a mudar tudo e nunca mais passar por isso, essa falta de ar, de idéias e de não me reconhecer mais.
Eu não quero mais viver isso. Não tenho dom para atuar, não sejamos ridículos!Isto não é um palco. Estou falando de mim.

Um comentário:

  1. Ai ai Alice, me encontro demais nesse texto. E queria que fosse diferente.

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