sábado, 20 de novembro de 2010

filisteu adormecido - a casa de chá bangladesh

Ela assoprou e a luminária apagou-se.
A escrivaninha parecia gigantesca, era como se as teclas da máquina de escrever alçavam o teto do quarto. O papel se dissolvia, as palavras desenhadas estavam mergulhadas nas gavetas.
Todo o texto desmanchava-se e em partículas de água que tocavam o chão.
Por alguns segundos Ligia presenciou o diabo de suas idéias tomando forma e tudo ali naquele espaço que só cabia a escrivaninha com suas teclas.
A imaginação é uma virtude, uma graça do anima, entretanto, um talento de ira e perversidade.
É também a forma do medo que flutua do abissal. Do sonho e do toque. O vazio e o silêncio.
As flores do mal.
- Não deve ser fácil escrever um livro! (lembrança do homem alto, magro e comum)





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