Não sei como ainda essa arquitetura permanecia num lugar tão feio, tão intocável, atraindo homens conceituados e elegantes.
Uma casa em design mouro que servia chá.
Haviam três moças que serviam-nos e dois preparadores apenas. Era um local realmente pequeno que estava consolidado quase na esquina de duas ruas desertas próximas a uma avenida principal do centro.
O aroma era sentido na calçada e logo uma fumaça hipnotizante nos conduzia adentro.
Na última noite, um rapaz escolhia no cardápio sozinho. Não esperava alguém. Não tinha pressa, não estava perturbado e tampouco insatisfeito.
Tomara três tipos de chá. Permaneceu ainda por um tempo e depois deixou Bangladesh.
Dois dias depois ele retornara. Fez questão de ser apenas servido por Suen.
Era comum isso. Alguns frequentadores escolhiam as suas servidoras.
- Eu lhe conheço!
- Eu nunca sai dessa casa.
- Você pode ter estudado comigo? Ter sido minha vizinha ?
- Não senhor, desculpe-me, mas, sou boa fisionomista, logo o reconheceria.
Suen foi atender a outra mesa. O jovem a vigiava, rodopiando dentre as mesas.
- Estamos fechando senhor!
- Não precisa me chamar de senhor! Gostaria que se sentasse para me acompanhar.
- Não acompanhamos clientes, sinto muito!
- Eu pago a mais pelo serviço!
Suen senta-se.
- Eu não estou tendo um mês bom. Quero largar meu emprego. A mulher com quem eu estava saindo casou-se.
- Eu gostaria de ouvir sua estória, mas, estamos fechando.
- Eu posso lhe esperar?
CLOSED
- Posso lhe dar uma carona.
- Moro perto, não precisa. Obrigada!
- Gostaria de conversar um pouco. Desculpe-me, não sei nada sobre você, se é casada, se está esperando alguém, sei lá!
- Você pode voltar ao Bangladesh quando quiser. Estarei lá. Exceto às segunda-feiras.
- Tenho a impressão que não lhe verei mais.
continua . . .