sábado, 17 de abril de 2010

certa manhã acordei de sonhos intranquilos

Como se isso bastasse pra afastar os brocardos malignos, essa percepção de cobardia; eu havia pedido que não piorasse meus dias nessa cidade.
Tão poucas vezes pareceu querer fazer o bem, e quase sempre me culpou por seus vícios e quis me inquietar com virtudes que não tinha.
A verdade é que eu não posso mais com nada disso.
Leve tudo de você de mim.
Deixa virar historieta de mesa de bar pra contarmos em outra década, bebendo vinho ou em outro estado, vou largar essa vida aqui e inventar outra.
Eu pedi pra não atirar, eu não sei mais esquivar.


E a Alejandra Pizarnik escreveu um dia:

"na outra margem da noite
o amor é possível

leva-me

leva-me entre as doces substâncias
que morrem a cada dia em tua memória"




... Silêncio. O amor é impossível.

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