A burguesia fedeA burguesia quer ficar ricaEnquanto houver burguesiaNão vai haver poesia
A burguesia não tem charme nem é discretaCom suas perucas de cabelos de bonecaA burguesia quer ser sócia do CountryA burguesia quer ir a New York fazer compras
Pobre de mim que vim do seio da burguesiaSou rico mas não sou mesquinhoEu também cheiro malEu também cheiro mal
A burguesia tá acabando com a BarraAfunda barcos cheios de criançasE dormem tranqüilosE dormem tranqüilos
Os guardanapos estão sempre limposAs empregadas, uniformizadasSão caboclos querendo ser inglesesSão caboclos querendo ser ingleses
A burguesia fedeA burguesia quer ficar ricaEnquanto houver burguesiaNão vai haver poesia
A burguesia não repara na dorDa vendedora de chicletesA burguesia só olha pra siA burguesia só olha pra siA burguesia é a direita, é a guerra
A burguesia fedeA burguesia quer ficar ricaEnquanto houver burguesiaNão vai haver poesia
As pessoas vão ver que estão sendo roubadasVai haver uma revoluçãoAo contrário da de 64O Brasil é medrosoVamos pegar o dinheiro roubado da burguesiaVamos pra ruaVamos pra ruaVamos pra ruaVamos pra ruaPra rua, pra rua
Vamos acabar com a burguesiaVamos dinamitar a burguesiaVamos pôr a burguesia na cadeiaNuma fazenda de trabalhos forçadosEu sou burguês, mas eu sou artistaEstou do lado do povo, do povo
A burguesia fede – fede, fede, fedeA burguesia quer ficar ricaEnquanto houver burguesiaNão vai haver poesia
Porcos num chiqueiroSão mais dignos que um burguêsMas também existe o bom burguêsQue vive do seu trabalho honestamenteMas este quer construir um paísE não abandoná-lo com uma pasta de dólaresO bom burguês é como o operárioÉ o médico que cobra menos pra quem não temE se interessa por seu povoEm seres humanos vivendo como bichosTentando te enforcar na janela do carroNo sinal, no sinalNo sinal, no sinal
A burguesia fedeA burguesia quer ficar ricaEnquanto houver burguesiaNão vai haver poesia
(Ouvir pra pensar? Mas quem de nós saberá ouvir?)
terça-feira, 27 de abril de 2010
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