terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

o jantar

Cravados oito minutos para as oito, inicia-se o jantar.
A mulher não gosta muito de falar, prefere segurar as mãos do rapaz.
Ele está indiferente. Ela ainda balança seus braços.
O jantar é pato ao molho de algo com alguma coisa.
O rapaz ainda aprecia seu prato.
Entra o primeiro convidado. Sentados continuam.
O homem deseja o sal e o vinho.
Ela não gosta de ser incomodada.
O convidado vira um intruso. As discussões começam afloradas, seguem sem ritmo, ninguém compreende ninguém. O rapaz continua seu jantar. Ela senta-se novamente. O convidado bebe água e come efusivamente torradas, provocando uma barbárie na mesa. Fala ao mesmo tempo. Fala com ela que não lhe dá ouvidos.
A mesa está repleta de coisas boas. O convidado sobe as escadas.
Ela não precisa mais da indiferença alheia. Toma distância em sua cadeira e atira contra ele que desmaia na cadeira com um buraco na testa.
A madame continua seu jantar. Degusta devagar. Ouvimos o som que sai da faca cortando o pato.
Devagar, sempre devagar,pois, não tem mais pressa de ser apreciada.
Alguém invade a sala e lhe faz um retrato. Desses de papparazzi.
Sorriso infernal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário